Com alguns meses de atraso aqui vai um pequeno relato do que se passou em Pamplona…
A minha vontade de ir a Pamplona já não era nova, em 2009 tinha a assegurado a minha presença, mas depois devido a uma operação aos ligamentos do ombro acabei por não poder ir e meses mais tarde num casamento dum amigo comum, disse ao Cortes que podia contar comigo na digressão de 2010, “desse por onde der” e ate fiz uma aposta na altura que me valeu o bilhete de avião, mas vamos adiante.
Para qualquer aficionado do meu tipo, San Fermin tem tudo o que de melhor se pode arranjar, senão vejamos:
- Corridas de touros (de preferência quando não tenho que actuar);
- Álcool (muito álcool, só não bebemos quando estamos a descansar, e descansar em Pamplona não significa dormir, mas sim recuperar forças para voltar a beber novamente);
- Festa constante;
Estavam reunidos todos os ingredientes para uns dias realmente muito bem passados e assim se confirmou.
Fui de véspera para Lx, com o Chico Garcia, um veterano nestas andanças e durante a viagem só lhe fazia perguntas de como aquilo era e de como ia ser, ao que apenas obtinha a resposta: “Deixa que quando lá chegares já vais ver!”
Encontramos na Portela para dai seguir viagem ate Madrid, escala bastante importante para ingerir latas de cervejas e algumas garrafas de gin, de forma a que quando chegasse-mos a Pamplona, o nosso estado alcoolémico fosse igual aos restantes San Fermines que já lá se encontravam. Pormenor engraçado nesta viagem foi um casamento a que tivemos oportunidade de assistir a bordo do voo Madrid-Pamplona entre uma americana (prima da Jennifer Aniston) e um individuo (bastante bem-parecido) cuja nacionalidade não nos foi possível descobrir.
A nossa casa em Pamplona é simplesmente do melhor que se pode arranjar, bem localizada, e com uns donos bastante afáveis, que permitem quase tudo, desde dormir no chão, comer na cozinha deles entre outras situações que nestes dias são bastantes banais.
Equipados a rigor, fomos para a praça de Toiros para a nossa primeira corrida e a partir daqui sim tudo deixa de ser normal para se tornar em momentos únicos e inesquecíveis… Já fui a bastantes corridas em Portugal e Espanha com vontade de beber, sejam latas de cerveja ou gins tónicos, mas NUNCA TINHA VISTO NADA ASSIM! Comprar 30 litros de vinho, 15 litros de sumo, alguidares e alguns kilos de gelo para levar tudo para dentro da praça e fazer sangria já não é normal, mas se dessa bebida toda tu cuspires, entornares e mandares para todos os lados e ninguém se importar, isso sim me parece único.
É caso para dizer que vale tudo menos arrancar olhos, é uma corrida onde raramente olhamos para arena, apesar dos monumentais toiros que lá são toureados, e apenas cantamos (gritamos), bebemos e dançamos (sim leram bem, dançamos na praça e não somos só nos os tugas bêbedos, mas toda a gente que está nas “andanadas”). Quando a corrida acaba a festa continua pela noite fora sempre a toque de muito álcool.
Até chegar a Pamplona a maior aproximação que tinha tido com aqueles encerros tinha sido na TVE. No segundo dia combinei com o Zé Barradas e o Pinochet que tínhamos que ir ao encerro, e ai o álcool parece que desaparece e dá lugar a um nervoso e uma adrenalina que aumenta com os minutos ate ás 08.00 que se larga o foguete e começa o “salve-se quem puder”. É perigoso, mas faz falta na minha opinião correres no meio daqueles milhares de loucos que se for preciso te empurram para os cornos dum toiro para se safarem, uma sensação espectacular, e mais não digo.
Em Pamplona não á horas para nada, apenas temos que almoçar no Chinês todos os dias e levar os restos do almoço para a corrida e trocar-mos com o bilhete do lado (este ano pude assistir a uma mariscada em plena bancada, gambas, ostras do mais fresco que pode haver e paelha). O jantar é no Alberto, restaurante mais requintado, que durante a refeição tem um Anannito, em português anãozinho, a cantar agradáveis melodias em várias línguas incluindo português. Ruth Marlene e Toni Carreira são as músicas mais apreciadas por este monstro da música. De resto quando estivermos perdidos, é só irmos até a nossa sede de digressão, os “Presuntos”, um bar tipicamente espanhol, com um cheiro horrível devido ás dezenas de paletas e presuntos pendurados no tecto, porém muito bem frequentado pela aficion de Pamplona.
Não queria acabar esta crónica sem deixar uma palavra de agradecimento aos meus colegas de digressão pelos óptimos momentos passados em San Fermin. Uma coisa é certa, aquilo é muito bom e é para repetir, mas não é para meninos...
Grande Abraço,
Viva San Fermin! Gora San Fermin!!!!!!!!!!!!A festa mais louca do mundo…
Diogo Cabral